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Não se esqueça de Paris


Autora: Deborah McKinlay

Editora: Globo Livros

Páginas: 208

Nota: 3/5

Tudo começa com uma carta. Eve Pethwork é uma inglesa insegura e um tanto ansiosa que está assoberbada com os preparativos para o casamento da filha. Eve tem mais de quarenta anos e vive enclausurada em sua casa, pois espaços públicos lhe provocam angústia e a interação com outras pessoas é difícil para ela. Jackson Cooper é um escritor bem-sucedido que vive nos Estados Unidos. Apesar de estar sempre rodeado por pessoas, especialmente mulheres, vive em eterna crise amorosa. Enquanto tenta colocar seu relacionamento com a nova namorada nos trilhos, Jackson vive o maior bloqueio criativo de sua carreira. Sem rumo para o novo livro, começa a questionar suas escolhas e suas expectativas para o futuro. Vencendo sua própria timidez, Eve decide escrever uma carta para Jackson, seu autor preferido, elogiando uma cena narrada em um de seus livros. Embora esteja acostumado com o assédio das fãs, ele é atraído pelas palavras de Eve e decide responder sua mensagem. A partir daí uma troca de mensagens surge entre eles. A criatividade que falta a Jackson nas páginas em branco acaba sendo canalizada para a cozinha, onde passa horas preparando os mais diferentes pratos. Porém, para sua frustração, sua namorada é vegetariana e ele quase sempre é obrigado a degustar suas criações sozinho. Só que ele logo descobre que a culinária também é uma das paixões de Eve e o amor pela boa-mesa estreita ainda mais os laços entre os dois. Apesar da distância e de não terem aparentemente nada em comum, a curiosidade fala mais alto e Jackson decide marcar um encontro com Eve. Como vivem em continentes diferentes, ele propõe como cenário a cidade de Paris, a Meca da gastronomia e dos amantes. Eve é então colocada em xeque, sendo desafiada a vencer todos os seus medos em nome daquilo que pode ser a história de amor com a qual sempre sonhou. Não se esqueça de Paris mostra que todos têm uma chance de ser feliz, independente da idade, da distância e dos próprios fantasmas.

Essa narrativa não possui uma história com muitas reviravoltas. Temos apenas dois personagens que possuem algumas características em comum, mas as mais destacadas foram: o amor pela leitura e pela culinária.

Eve é uma mulher um tanto quanto tímida, insegura e que se apavora pelo simples fato de ter que deixar sua casa, tudo isso porque foi criada por uma mãe autoritária, abandonada por seu marido com sua filha Izzy nos braços, e em decorrência desses acontecimentos, acabou desenvolvendo depressão.

Grande parte dos acontecimentos do livro, inclusive os mais importantes estão descritos na sinopse, então uma dica: se você é do tipo de pessoa que espera que todo livro te dê uma emoção absurda, você pode se decepcionar. Mas, se tem a intenção de encontrar algumas mensagens nas entrelinhas, você está lendo a história certa.

Quer um exemplo? Jack é um autor famoso, inteligente, rodeado de fãs, mas aprecia o que fez com que ele sentisse vontade de trocar cartas (algo que não damos atenção hoje em dia) com uma fã com o psicológico bastante abalado? Sua sinceridade e simplicidade.

Eve era capaz de enxergar a pessoa por traz do autor, e se achegou com sua humildade, inteligencia e até uma certa timidez, que fez com que Jack passasse a compartilhar sua vida com alguém que nunca havia encontrado até então.

Principalmente em decorrência do setembro amarelo, muitas pessoas discutiram a respeito da depressão, do suicídio, mas poucas pareciam ter o mínimo de entusiasmo com a campanha e em entender pelo menos um pouco o quão profunda e avassaladora pode ser uma depressão.

Se você, assim como eu é apaixonado por livros, culinária (a autora arrasou nesse aspecto), cartas, uma leitura que flui, mas nos faz refletir bastante, vale a pena tirar uma semaninha para ler esse livro, e descobrir que não, depressão não é FRESCURA!


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