O Último Jurado
Autor: John Grisham
Editora: Rocco
Páginas: 391
Em 1970, um dos jornais mais coloridos do Misissipi, The Ford County Times, entrou em falência. Para surpresa e desânimo de muitos, sua posse foi assumida por um cara de 23 anos especialista em cabular aulas na faculdade, chamado Willie Traynor. O futuro do papel parecia sombrio até que uma jovem mãe foi brutalmente estuprada e assassinada por um membro da notória família Padgitt. Willie Traynor reportou todos os horrendos detalhes e seu jornal começou a prosperar. O assassino, Danny Padgitt, havia sido julgado antes numa corte judicial em Clanton, Misissipi. O julgamento teve um final assustador e dramático quando o réu ameaçou vingança contra os jurados se eles o condenassem. Não obstante, eles acharam-no culpado, e ele foi condenado à vida em prisão. Mas em Misissipi em 1970, "vida" necessariamente não significava "vida"...
Na pequena cidade de Clanton, no Estado do Missisipi, Willie Trainor, compra o pequeno jornal The Ford Country Times, com 50 mil dólares que pegou emprestado com a sua avó. O pequeno jornal, que era conhecido por seus extensos obituários, passa a ter um novo estilo de veicular notícia, quando uma jovem viúva chamada Rhoda Kassellaw é estuprada e brutalmente assassinada por Danny Padgitt.
A partir de então, o jovem Willie passa a reportar todos os detalhes daquele julgamento, fazendo com que as pessoas prestassem mais atenção na família Padgitt, que até então vivia fechada em seu mundo (pra ser mais precisa, na Ilha Padgitt).
Uma observação: Apesar de ter a maioria de seus livros voltados para o Direito, John Grisham consegue fazer críticas a alguns pontos que não são tão satisfatórios na advocacia americana, ou neste caso, na maneira com que a segregação racial fazia com que as pessoas fossem julgadas simplesmente pela cor de sua pele, e que suas histórias fossem deixadas de lado, porque havia todo um histórico que dizia que se a pessoa nasceu negra, esta não era digna de conseguir ser bem sucedida.
Em paralelo com o assassinato, Willie conhece a família Ruffin, que vivia em Lownton, bairro que era conhecido por ser habitado por muitos negros. Porém, ao conhecer a Sra. Ruffin, que era uma mulher sábia, temente à Deus, mãe de oito filhos (sendo que sete deles eram PhD, o que era bem raro naquela época), que além de tudo era uma cozinheira de mão cheia. Willie conhece também o Sr. Ruffin, que assim como a Sra. Ruffin, passou a tratar Willie como se fosse um filho, e passamos a ter uma ideia de como era um pouco da segregação racial nos anos 70. A Sra. Ruffin deixou de ser uma simples entrevistada de Willie, e este passa a considerá-la uma segunda mãe.
John Grisham consegue nos inserir em sua história, porque podemos imaginar como deve ser complicado ser jurado no caso em que o membro de uma família que possui toda influencia sobre a cidade tem um de seus membros como acusado, e este está entre a prisão perpétua e a pena de morte.
O ÚLTIMO JURADO, é um livro que te prende durante as 392 páginas, porque apesar de ter acontecido em 1970, podemos imaginar como até nos dias atuais, famílias ou pessoas que possuem poder e conhecimento, conseguem influenciar desde criações de leis, resultados de eleições e até sentenças judiciais.
