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Stolen (Raptada): Carta para o meu sequestrador.

  • Evelyn do Nascimento.
  • 4 de dez. de 2015
  • 2 min de leitura

Autora: Lucy Christopher

Editora: ID Editora

Páginas: 368

Nota: 4/5

Gemma é uma adolescente normal esperando para pegar um voo no aeroporto de Bangkok com seus pais. Ao se afastar, conhece o charmoso e envolvente Ty, e nem imagina quais são suas reais intenções. Ele lhe oferece um café em que coloca algum tipo de droga. Confusa, ela é sequestrada e arrastada para o meio do deserto australiano. Ele a rouba para si, depois de anos a observando, e ainda espera que ela o ame. Os dias se passam e eles têm apenas um ao outro na imensidão vazia e escaldante do deserto, e Gemma começa a entender e conhecer Ty. É aí que os limites entre inimizade e compaixão vão ficando cada vez mais tênues.

Gosto de ler livros que me tiram da minha zona de conforto, e me permitem enxergar as situações de uma outra forma. E assim como Lionel Shriver fez isso em "Precisamos falar sobre o Kevin", é o que aconteceu em Stolen. Passei a pensar "fora da caixinha". Não obtive todas as respostas que achei que teria, e honestamente acho que a intenção da autora não foi dar nenhuma resposta sobre sequestradores, e sim, nos fazer refletir sobre os nossos velhos conceitos de "certo e errado".

Lendo a Sinopse, você já sabe que Gemma será sequestrada, e, por ser uma adolescente meio chata, discute com seus pais, e resolve tomar um café, só que está sem dinheiro, e aí, um homem loiro, alto com os olhos tão azuis que lembra a cor do oceano resolve pagar seu café, e esse homem é Tay, seu sequestrador. E, muito provavelmente o leitor não entenderá o lado de Gemma e se apaixonará pelo sequestrador. Oi?

Antes de qualquer coisa: você sabe o que é a Síndrome de Estolcomo? A Síndrome de Estolcomo tem como pano de fundo uma pessoa que está em situação de grande opressão, intimidação, apaixona-se ou torna-se amiga de seu algoz. Agora, imagina essa situação com o homem que te raptou em um aeroporto?

"Você me viu antes que eu visse você. No aeroporto, naquele dia de agosto, você tinha aquela expressão em seus olhos, como se quisesse alguma coisa de mim, como se a quisesse há muito tempo. Ninguém nunca tinha me olhado assim, com tanta intensidade. Isso me perturbou, me surpreendeu, eu acho. Aqueles olhos azuis, bem azuis, um azul gelado, olhando para mim como se eu pudesse aquecê-los. Eles são muito poderosos, seus olhos, você sabe disso, e muito lindos também".

Juro que quis sentir muita raiva do Tay, mas sinceramente não consegui, porque no final das contas, percebi que ele é uma pessoa mal amada e um tanto carente. É um livro que não da para explicar nos mínimos detalhes, nem contar todos os acontecimentos, porque, por tratar-se da Síndrome de Estolcomo, quaisquer explicações e detalhes seriam estranhos e sem sentido.

"E é difícil odiar alguém uma vez que você passa a entende-lo".

Parece algo surreal, entretanto, a autora conseguiu transformar um livro que poderia ser chato, em uma obra completa, que abrange todas as áreas do conhecimento de uma forma profunda, sem tornar um parágrafo sequer massante.


 
 
 

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