Claros sinais de loucura.
- Evelyn do Nascimento.
- 2 de dez. de 2015
- 3 min de leitura

Autora: Karen Harrington
Páginas: 252
Editora: Intrínseca
Imagem: Nuvem Literária
Nota: 5/5 - Favorito.
Você nunca conheceu ninguém como Sarah Nelson. Enquanto a maioria dos amigos adora Harry Potter, ela passa o tempo escrevendo cartas para Atticus Finch, o advogado de O sol é para todos. Coleciona palavras-problema em um diário, tem uma planta como melhor amiga e vive tentando achar em si mesma sinais de que está ficando louca. Não é à toa: a mãe tentou afogá-la e ao irmão quando eles tinham apenas dois anos, e desde então mora em uma instituição psiquiátrica. O pai, professor, tornou-se alcoólatra. Fugindo da notoriedade do crime, ele e Sarah já se mudaram de diversas cidades, e a menina jamais se sentiu em casa em nenhuma delas. Com a chegada do verão em que completa doze anos, ela está cada vez mais apreensiva. Sente falta de um pai mais presente e das experiências que não viveu com a mãe, já se acha grande demais para passar as férias na casa dos avós, está preocupada com a árvore genealógica que fará na escola e ansiosa pelo primeiro beijo de língua que ainda não aconteceu. Mas a vida não pode ser só de preocupações, e, entre uma descoberta e outra, Sarah vai perceber que seu verão tem tudo para ser muito mais. Bem como seu futuro.
Claros sinais de loucura é um livro que nos faz refletir do primeiro ao último parágrafo, e sinceramente, quando comecei a ler essa obra, não tive mais vontade de parar, porque nos faz pensar que existe um mundo além do nosso próprio umbigo, e que há pessoas passando por problemas iguais ou piores aos nossos.
Sarah Nelson é uma menina inteligente, e muito madura para a sua idade, afinal de contas, sua vida não é nada comum: Sarah e seu pai estão há anos mudando de cidade, isso porque sua mãe tentou afogar ela e o irmão quando tinham apenas dois anos. Por ter sido um caso de grande repercussão, a mídia vez ou outra lembra o ocorrido, e conforme vai ficando mais velha, Sarah passa a questionar-se e procurar sinais de que está ficando louca. E sinceramente, não é pra menos.
Um dos professores de Sarah faz um desafio de férias ao alunos, e promete dar um Ipood ao aluno que cumprir o desafio. Pede que escrevam um diário ao seu personagem favorito. Enquanto todos os alunos escrevem cartas ao Harry Potter, Sarah escreve cartas para Atticus Finch, o advogado de "O Sol é para Todos".
Com uma sinceridade ímpar, Sarah começa a narrar suas dúvidas em relação a vida, e, principalmente em relação a sua mãe. Atticus é considerado um homem íntegro, excelente advogado, e pai de Scout e Jem. Ele sempre fazia de tudo para esclarecer às dúvidas de seus filhos, e sempre respondia a verdade, porque acreditava que as crianças entendem muito mais do que imaginamos (concordo com ele). E não foram poucas as vezes que Sarah desejou em suas cartas que Atticus fosse seu pai.

Foto: Atticus lendo jornal como sempre fazia, e ao lado dele, Scouth Fich.
Por estar na adolescência, Sarah está em uma fase que odeia tudo que seja relacionado a sua família, e não foram poucas as vezes que afrontou seu pai: seja por pequenas coisas, ou porque seu pai estava bebendo demais, e aquilo a irritava muito. Entretanto, seu pai sabia que precisava resolver essa questão, e por mais que tentasse agradar a filha, sempre havia algo errado.
Essa obra foi de extremo bom gosto do início ao fim, e nos deixa uma mensagem muito clara: as pessoas que convivem conosco, em especial nossa família, não são pessoas perfeitas, não são pessoas que fazem tudo para satisfazer nossas vontades, mas, com toda certeza, eles estarão ao nosso lado em qualquer circunstância.
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