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Precisamos falar sobre o Kevin


Autora: Lionel Shriver

Páginas: 464 Idioma: português Editora: Intrínseca

Uma amiga indicou esse livro há alguns meses, e acabei ganhando ele de presente de aniversário da minha irmã. Confesso que no decorrer da leitura, me perguntei se realmente havia necessidade da Eva descrever tantos detalhes, mas quando terminei, fiquei simplesmente atônita. E aí, vamos falar sobre o Kevin?

O livro começa com Eva, uma mulher bem sucedida, escrevendo cartas para Franklin, seu marido ausente, que por algum motivo não responde suas cartas; essas cartas possuem detalhes a respeito de sua vida e de seu filho.

Por ser uma mulher que tinha uma vida relativamente boa e um casamento estável, Eva não tinha desejo de engravidar, diferentemente de Franklin, que acreditava que seu casamento seria mais completo com a chegada de uma criança.

Eva passa a maior parte do livro tentando justificar sua falta amor, empatia e carisma por seu filho; além de tudo, em suas cartas descreve a natureza e personalidade totalmente fria, egoísta e calculista de Kevin, que não se interessava em fazer amigos, e apenas dois hobbies chamavam a atenção do Kevin: praticar arco e flecha e colecionar vírus de computador.

Essa passagem do livro me chamou bastante atenção:

Eva: você nunca quis ter alguèm para brincar? você pode gostar

Kevin: e se eu não gostar?

Eva: vai ter que se acostumar

Kevin: só porque você se acostuma com algo não quer dizer que você goste. Você se acostumou comigo.

No decorrer do livro percebemos que Kevin não mostrava sua verdadeira personalidade ao pai, tratando-o com carinho, amor e agindo de uma maneira que deixaria qualquer pai extremamente orgulhoso, e era exatamente por isso que Franklin fazia questão de defender o Kevin das acusações realizadas por Eva, porém, era só Franklin virar as costas que Kevin retirava sua máscara e voltava a atormentar a mãe de todas as maneiras possíveis. Quer um exemplo?

Kevin queria mostrar a Eva que não dependia dela para absolutamente nada, e comia somente quando ela não estivesse olhando.

Esse livro me fez refletir até que ponto as decisões e a maneira que agimos influenciam não só na vida, mas na formação da personalidade de uma pessoa. Acredito que os frutos colhidos de uma gravidez indesejada e de um filho que não recebeu amor da maneira correta são totalmente destrutivos.

A quem interessar, postei o vídeo indicado pela minha amiga Amanda do Dr. José Martins Filho, professor titular de pediatria da Unicamp, com 43 anos de experiência que nos dá uma noção do quão importante é pensar muito antes de colocar uma outra vida no mundo, e como a presença e amor dos pais influenciam na formação da personalidade desta criança.

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