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Como eu era antes de você


Autora: Jojo Moyes

Editora: Intrínseca

Páginas: 320

Aos 26 anos, Louisa Clark não tem muitas ambições. Ela mora com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Além disso, trabalha como garçonete num café, um emprego que ela adora e que, apesar de não pagar muito, ajuda nas despesas. E namora Patrick, um triatleta que não parece interessado nela. Não que ela se importe. Quando o café fecha as portas, Lou se vê obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, a ex-garçonete consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico. Will Traynor, de 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de um acidente de moto, o antes ativo e esportivo Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto e planeja dar um fim ao seu sofrimento. O que Will não sabe é que Lou está prestes a trazer cor a sua vida. E nenhum dos dois desconfia de que irá mudar para sempre a história um do outro.

Confesso que inicialmente não tinha muitas expectativas a respeito desse livro, mas, quando terminei, estava simplesmente sem reação, porque a Jojo Moyes conseguiu transformar não só Louise Clark, mas quem eu era antes dessa leitura.

Louise Clark, é uma jovem de 26 anos, que mora com os pais, é uma pessoa sem qualquer tipo de ambição ou expectativas em relação a seu futuro, trabalha em um café, e sinceramente adora esse emprego, namora Patrick há sete anos, mas não é um namoro muito intenso e Louise sente que sua vida é confortável, até o momento...

O café em que Louise trabalha foi fechado e ela perde o rumo, porque sentia-se confortável com a vida que levava, e não tinha intenção de sair de seu emprego. Porém, após ir a uma agência de empregos, Louise é contratada para trabalhar como cuidadora de um homem de 35 anos que havia sido atropelado por uma moto há dois anos.

Esse homem é William Traynor, um jovem CEO, que após o acidente tornou-se tetraplégico, mudando sua história da água para o vinho, porque Will passou de um homem cheio de vida, com uma agenda lotada de compromissos, viagens e aventuras, a alguém ranzinza, mal humorado, que não vê mais sentido em absolutamente nada.

A princípio, Louise tem apenas a impressão que Will é uma pessoa extremamente mal humorada, e que não poderia aprender nada de bom, em decorrência de suas respostas curtas e grossas. Entretanto, o tempo passa, e a relação entre os dois começa a melhorar, e Louise aprende a lidar com Will, e percebe que ele é muito mais do que um homem ranzinza, sentado em uma cadeira de rodas que passava grande parte de seus dias ouvindo rádio e olhando pela janela.

[...] "Eu não era mais a única responsável por um pobre tetraplégico. Estava apenas sentada com um sujeito particularmente irônico, batendo um papo."

Jojo Moyes consegue de uma forma brilhante descrever a vida como ela realmente é: uma montanha-russa, porque em um dia estamos bem, em outro parece que o mundo desmoronou, e nos sentimos sozinhos muitas vezes, porque as pessoas que convivem conosco muitas vezes passam mais tempo nos julgando, ao invés de tentar nos ajudar a encontrar uma solução para aquele problema que parece não ter fim.

E é dessa forma que Will e Louise passam a ter uma boa "amizade", e ao longo da narrativa percebemos que Louise é muito mais que uma jovem acomodada e sem expectativas, mas conseguimos de certa forma "participar" de sua vida, e percebemos que ela é sim uma pessoa com sonhos, vontades, porém, por ter problemas para resolver, tudo aquilo que poderia transformá-la em uma pessoa melhor, acaba ficando em segundo plano.

Se você pretende ler o livro, pense bem antes de continuar, porque isso é um spoiler.

Por não aceitar sua condição após o acidente, Will pretende ir ao Dignitas, na Suíça, cometer suicídio assistido, e por isso, depois de um tempo Lou descobre o motivo pelo qual seu contrato de trabalho era de apenas seis meses, porque esse era o prazo que sua mãe havia pedido a Will, para tentar mudar sua vida, e fazê-lo desistir da ideia de cometer esse suicídio.

É muito complicado tomar uma "posição" no decorrer do livro, porque Jojo Moyes nos mostra os dois lados da moeda, e podemos perceber um certo desespero da família de Will com sua ideia, com o fato de perdê-lo, porém, em alguns momentos que Will nos mostra como era sua vida antes e depois, passamos a nos perguntar se de fato existe o certo e o errado.

Muitas coisas acontecem com Will e Louise, e passamos não a nos preocupar com o fato de Will querer ir ao Dignitas, mas passamos a observer como algumas atitudes e acontecimentos, que transformarão a vida de Will e de Louise Clark para sempre.

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