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O sol é para todos.


Autora: Harper Lee

Páginas: 349

Editora: José Olympio

Nota: 5/5 ♥ - Favorito.

Sinopse: Esta obra acompanha três anos da vida dos jovens Jem e Scout Fincher numa terra de profundo preconceito racial, a história é pontuada pelo caso de um homem negro injustamente acusado do estupro de uma garota branca numa pequena cidade do Alabama. Scout, a narradora da trama, e Jem, seu irmão mais velho, são filhos do advogado Atticus Fincher, designado a defender Tom Robinson - acusado de estupro. Sobre esse pano de fundo, por meio de uma narrativa divertida e precisa, as duas crianças e seu amigo Dill passam a conhecer o estranho mundo em que vivem, encontram personagens inesquecíveis (Calpúrnia, Dolphus Raymond e, especialmente, o recluso Boo Radley) e descobrem os significados de palavras como respeito e tolerância.

Em o Sol é para todos, temos uma narrativa simples e sincera. Tudo isso porquê é narrado em primeira pessoa por Jean Louise Finch, ou Scout, uma menina de apenas seis anos, que aprendeu a ler muito cedo; irmã de Jen e filha de Atticus Finch, um personagem incrível.

Todos nós sabemos que injúrias raciais perduram até os dias atuais, imagina em 1930. Apesar da escravatura ter sido abolida, Tom Robinson, um homem negro, é acusado de ter estuprado uma mulher branca, e Atticus é designado pelo juiz Taylor a defender Tom, e aí surgem alguns problemas.

Scout nos insere em seu universo, e descreve o cotidiano da cidade de Maycomb. Alguns critérios eram utilizados para descrever uma "boa família", como por exemplo seu sobrenome, a maneira que as mulheres deveriam se comportar e etc. A família Finch enquadrava-se nesses requisitos, até o momento em que Atticus decide que de fato continuará defendendo Tom, porquê essa é a coisa certa a se fazer.

Attcus é um homem inteligente, sincero, que com a ajuda de Calpúrnia (que considerava como um membro da família) consegue criar seus filhos da melhor forma possível, fazendo de tudo para responder às dúvidas de Jen e Scout com honestidade. Um exemplo disso é quando Scout pergunta para Atticus o que é um estupro, e ele responde que estupro é quando um homem tem relação sexual com uma mulher sem sua permissão; dessa forma, moldando a personalidade de seus filhos, para que sejam detentores da mesma sinceridade, caráter e retidão que ele possui.

"Mas antes de ser obrigado a conviver com os outros, tenho que conviver comigo mesmo. A única coisa que não pode se curvar ao julgamento da maioria é a consciência de uma pessoa." Pág. 135

Em paralelo, somos inseridos por Scout no cotidiano de uma criança, em suas aventuras com Jen e Dill, como suas apresentações de teatro, as brincadeiras realizadas para aproveitar as férias de verão, e também uma certa obsessão para descobrir por qual motivo seu vizinho Arthur, ou como eles costumavam chamá-lo "Boo Radley", não saia de casa, e se de fato ele ainda estava vivo.

Harper Lee expõe questões delicadas como preconceito, amadurecimento, caráter, a influência que as pessoas exercem umas sobre as outras, e não posso dizer se foi por acaso ou não, mas, no ano em que a história é contada, é a década da depressão econômica (1930), então parece que o livro foi pensado nos mínimos detalhes, e posso descrevê-lo com apenas uma palavra: INCRÍVEL.

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