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Fahrenheit 451


Autor: Ray Bradbury

Editora: Biblioteca Azul

Páginas: 215

Nota: 5/5 (FAVORITO)

Sinopese: Escrito após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1953, 'Fahrenheit 451', de Ray Bradubury é um texto que condena não só a opressão anti-intelectual nazista, mas principalmente o cenário dos anos 1950, revelando sua apreensão numa sociedade opressiva e comandada pelo autoritarismo do mundo pós-guerra. O livro se propõe a descrever um governo totalitário, num futuro incerto, mas próximo, que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura, prevendo que o povo possa ficar instruído e se rebelar contra o status quo. Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TVs instalados em suas casas ou em praças ao ar livre. A leitura deixou de ser meio para aquisição de conhecimento crítico e tornou-se tão instrumental quanto a vida dos cidadãos, suficiente apenas para que saibam ler manuais e operar aparelhos.

Que o trabalho realizado pelos bombeiros é algo incrível, todos nós sabemos. É emocionante perceber quanta bravura há nessa profissão, pois eles correm risco de morrer, para salvar a vida do próximo. Mas em Fahrenheit 451, as casas são à prova de fogo, e os bombeiros possuem uma triste função: queimar livros e bibliotecas.

As pessoas possuem telões em suas casas, e passam basicamente o tempo inteiro assistindo televisão, já que é apenas disso que elas precisam para serem felizes. As Universidades estão fechadas, professores de Harvard tornaram-se andarilhos, justamente porque trabalham com o conhecimento, com livros, e atrapalhariam a felicidade da população, pois fariam com que eles saíssem da sua zona de conforto e questionassem absolutamente tudo.

Montag é um bombeiro orgulhoso de sua profissão, orgulhoso por voltar para casa e queimar inúmeras bibliotecas e pelo cheiro de querosene que praticamente impregnou em sua pele. Até que, ao retornar da corporação, encontra uma garota chamada Clarisse, que começa a plantar algumas "sementes" em Montag, fazendo com que ele saia do "piloto automático", e questione um pouco sobre o rumo que sua vida tem levado e repare em coisas simples como um dente-de-leão e a lua.

[...] "- Como é que começou? Como é que entrou nisso? Como escolheu esse trabalho? Como chegou a cogitar assumir esse emprego? Você não é como os outros. Eu vi alguns; eu sei. Quando eu falo, você olha para mim. Ontem à noite, quando eu disse uma coisa sobre a lua, você olhou para a lua. Os outros nunca fariam isso. Os outros continuariam andando e me deixariam falando sozinha. Ou me ameaçariam. Ninguém tem mais tempo pra ninguém. Você é um dos poucos que me toleram. Por isso é tão estranho você ser bombeiro. É que, de algum modo, não combina com você." Página 43

Apesar de ter sido escrito em 1953, esse livro é extremamente atual, porque apesar de não sermos proibidos de ler livros, hoje passamos muito mais tempo no celular do que saindo com pessoas queridas para conversar. Essa obra tem o poder de nos fazer enxergar o quanto os livros são armas poderosas e que sua função não é trazer respostas, e sim, fazer cada vez mais perguntas.


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